sinto que o tempo passou
E pouco ou nada mudou
Digo teu nome em voz alta
Como se o som te trouxesse de volta
No caminho junto ao rio
Reconheço em mim a vagabunda
Sem lugar, vontade ou brio
Dona duma alma moribunda
A brisa que leva o respirar
E deixa o coração sem lugar
A corrente que arrasta o sorriso
Numa escuridão que nem dou por isso
Quando olho aquela sombra
Que o meu corpo faz ao rio
São os restos do que lembra
Do corpo agora vazio
Procuro entre as folhas do rio
Num lugar escondido e sombrio
encontrar ali perdido
A vida e o seu sentido
Se é aqui nesta nascente
Que até o rio começa
Quem sabe a minha alma doente
No teu sorriso tropeça
Nani Carvalho
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