segunda-feira, 28 de novembro de 2016

"Um dia alguém olhará para ti da mesma maneira que tu olhas a Lua"...








 Espero-a a cada noite
olho-a com admiração e amor
o dom que ela tem de embelezar tudo à sua volta
a determinação com que me faz sonhar deixa-me fascinada,
e neste constante encantamento
nesta magia inexplicável  entre mim e a Lua
encontro a calma e paz necessárias ...
Ontem passamos a noite juntas,partilhei as músicas que ouvia
sorri a cada lembrança e contei-lhe sobre nós.
Tantas as vezes que falamos sobre ti...
 E em cada noite que estamos juntas tu apareces,
ela deve ter o poder de te trazer para os meus sonhos.
As coisas simples são tão extraordinárias e profundas que amar tinha que ser assim,
disse-lhe...
A música que naquele momento tocava era a nossa,aquela que descobri contigo...tu não sabes,
mas nós temos uma ...
De lágrimas nos olhos emocionada , agradeci-lhe
por todos os momentos em que ela me devolve a esperança
por todos os momentos em que a sós ela me conforta
por me ouvir quando ninguém me escuta
por saber exactamente o que sinto.
Um dia alguém olhará para ti da mesma maneira que tu me olhas...disse!
Ficamos em silêncio,
absorvi toda aquela luz e boa energia que tão intensamente espalhava sobre mim,
e desejei...
que também tu a contemplasses nesse momento
que sentisses a sua paz
e eu,eu queria ser ela
beijar o teu rosto
e fazer-te sentir naquele brilho intenso
o desejo de também tu me amares assim.

Nani Carvalho

Aroma da Alma










sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Os sonhos,sempre eles...





Há noticias que nos caem como bombas,
não sei o que é levar com uma bomba em cima mas posso imaginar,
deve ser qualquer coisa muito perto de entrar para um buraco que entretanto o chão abriu,
escuro,frio, tão doloroso quanto a queda.
E lá em baixo onde não tens senão a ti aprendes a sobreviver,a respirar muito devagarinho para que o ar não acabe e as dores não aumentem.
Triste e assustada procuras uma luz que não vês,uma voz que é surda,um riso que percebes ser afinal o  teu choro.
E é no meio dessa água que entretanto a lágrima te deixou molhar os lábios que sabes, sede não vais passar,talvez fome, ali não há nada que se coma...
Enquanto as memórias te alimentarem, de fome não morrerás sequer.
Quando finalmente a calma retira o lugar ao medo já é outro dia,
a luz espreita por aquele buraco,o cão que vai a passar sente gente e volta atrás...
Ladra,ladra tanto e tão persistentemente que passos se aproximam.
Não consigo perceber se estou viva, morta ou apenas triste.
O cão deixou de ladrar,a luz apagou-se,mas os passos esses eu ouço-os ,a respiração acelerada  indica-me a tua presença,estendes-me a mão,seguro-a com firmeza e abraço-te.
Não sei quanto tempo estivemos assim...
O cão era o da vizinha que entretanto voltou a ladrar,os passos eram de alguém que abria a cortina do quarto e deixava entrar a luz...
A respiração acelerada era a minha, provocada pela imensa  emoção de ter conseguido retirar-te do sonho e ter-te finalmente abraçado.

Nani Carvalho

"Agora pode ser"


domingo, 20 de novembro de 2016

Não tenho a certeza de perceber aquilo que me estás a tentar dizer...






Acho que te referes a memórias
ao medo de voltar mais tarde ao mesmo lugar,
aquele lugar que não sendo apenas teu,te pertence por inteiro,
como se voltar significasse uma ousadia e afronta a ti mesma.
Lembro a infância e tu estás lá e mesmo sendo tu apenas um local,um sitio por onde andei,
és a parte passada que nunca passou.
Voltar podia significar perder-te,ver-te de outra maneira,retirar do presente aquela emoção e felicidade
que tinhas deixado em mim.
Era preciso coragem!
Era preciso resgatar nesse passado,tempo e local aquela paz e alegria da altura...
Bendita ousadia essa que me levou até ti.
Foi muito bom rever-te,recordar tudo o que me deste na altura e que o tempo que passou veio confirmar o valor que teve.
Tinha tantas saudades deles,sonhava que os tinha perdido, e procurava no presente perceber aqueles sonhos.
Passaram 20 e tal anos desde que morreram mas eu nunca aceitei o facto, no meu inconsciente encontrar-los- ia quando lá voltasse...
Não ,
 não me perdi de vocês,Papá e Mamã, vocês já não vivem lá...
Encontrei no vosso lugar a nossa vida juntos,reconheci-vos em todos os locais por onde andamos,na forma da brisa,do cheiro,da chuva e até da tempestade...
Naquela noite em que os trovões pareciam querer acabar com o mundo e os relâmpagos faziam dia,tive medo,o mesmo medo da infância...
Foi quando me pareceu ouvir-te,e as palavras eram as mesmas...
" Vá,traz lá o  teu ursinho e deita-te aqui ao pé de nós".

in "Agora pode ser"

  Nani Carvalho








sábado, 19 de novembro de 2016

E nesta sempre igual magia...






A luz que à noite a cidade tem
junta nostalgias, amores e poetas...

 Escrevem nas sombras o sonho
pedem à Lua o acaso
ao rio  que arraste e pouse na margem
aquela nova emoção
capaz de inspirar o mais descrente poeta
que aquele rio que vem de longe
lhe devolve a esperança
que na escuridão do seu coração
se apague o peso de paixões vividas , sofridas e mortas.

E nesta sempre igual magia
da luz que a cidade empresta ao rio
e a lua embala os sonhos
o poeta vive da ilusão
que amor é a doce sensação
de sentir em cada anoitecer
e conseguir imaginar
na brisa que lhe toca o rosto
na lua que o olha intensamente
e em todas as sombras
aquele amor que sempre esperou
e que finalmente o visitou.


in "Aroma da Alma"

Nani Carvalho





sábado, 12 de novembro de 2016

Olhava aquele mar azul e calmo...






Tinha passado algum tempo desde a primeira vez que estiveram juntos,quis a vida ou as vidas deles
que esse tempo tivesse sido curto,curto na duração,intenso no que deixou ficar em cada um deles.
É aqui que recomeça a história,naquela tarde de final de Outubro os painéis anunciavam a partida com destino ao reencontro.Tinha sido muito simples,tudo se passaria exactamente como eles haviam planeado.
Todo o meu intelecto se desunhava para encontrar as palavras certas que lhe dessem as boas vindas de novo à minha vida...evidentemente que não precisei de me esforçar,os gestos lembravam a paixão e emoção já vividas.
Abracei-o,disse-lhe: meu amor,saibamos nós aproveitar esta segunda oportunidade que nos chega de qualquer lado  que pode bem ser enviada pelo Universo.
A luz e os cheiros,o calor e a brisa quente,a proximidade,a paisagem envolvente ,faziam parte do cenário deste novo ficar juntos.
Como toda a gente,eles só queriam a vida...
Durante aquele tempo,esqueci o silêncio e ouvi a música,aquele conjunto de sons que juntos com os nossos tornaram as noites brilhantes e mágicas.
Eu não sei muito bem,mas desconfio que isto que temos juntos é mais do que uma qualquer historia de amor,é como se alguém tivesse ligado o rádio e sintonizado para uma música intensamente melancólica sobre a paixão e a separação.
Dizem os poetas que o Amor é a poesia da tristeza,o reflexo da alma frágil,não sei o que é o Amor exactamente,mas desconfio que é a necessidade de abraçar com muita força alguém junto com os sonhos.
"Pousei o pé nesta parte da vida aonde não podemos ir com a esperança de regressarmos"...
Nada ,nem sequer nós mesmos voltaremos iguais.
Olhava aquele mar azul e calmo e pedia ao momento: Fica aqui!

Um pensamento e o segredo...

 Um maravilhoso silêncio flutua sobre todos os meus erros mais perdoáveis, quero a emoção cúmplice dos meus versos, que me falam constanteme...