Começo a olhar as coisas como se não valessem nada,
deixo-lhes o silêncio sempre que não merecerem a palavra.
Aos destroços atiro terra e morrem sufocados,
refaço o verso
penso que ainda há coisas que valem a pena,
nasce o poema.
Houve um tempo em que o sorriso entardecia sobre o mar,
penso em ti
olho as marcas dos retratos nas paredes
e tenho medo das memórias.
Há tantas palavras presas aqui...
Que importa tudo isso
se o que tenho é medo das estórias.
Nani Carvalho