domingo, 6 de maio de 2018

A minha filha adoptiva...






Confesso que nunca quis ser Mãe,
ainda bem que pertenço a esta geração nascida na década de 60 onde um vendaval de rebeldia percorria o Mundo.
Pude escolher sem grande pressão da sociedade e com plena liberdade de achar que a minha vontade tinha sempre que prevalecer.
E assim foi...
Só que veio a vida e mudou-me os planos,pôs-me à prova e "ofereceu-me" o que se viria a transformar no melhor e maior presente  pra vida.
Há quem desvalorize as mães "adoptivas",há quem ache que ser mãe só o é se for biológica.
Desengane-se quem acha que a responsabilidade de criar um filho "nosso" é diferente da outra.
Amar um filho que nos é entregue  por outros é como encontrar a imensidão do amor no fundo da nossa alma.
Ainda bem que a vida decide por nós, ainda bem que a vida vê mais além e que nada acontece por acaso.
Hoje, 28 anos depois,sinto um orgulho inquestionável na "miúda " que adoptei e no papel que desempenhei.
Hoje sinto-me a mais abençoada e sou imensamente grata à vida e à sua escolha por mim.
Seria tudo diferente sem Ela , seria tudo tão incompleto e vazio , seria eu uma pessoa diferente.
Ser Mãe adoptiva foi o maior e melhor desafio da minha vida, aprendi muito mais do que ensinei, sorri e chorei a cada conquista e desilusão, desejei trocar de lugar com ela em todos os momentos em que a incerteza e o medo lhe tocaram à porta.
Percebi que isto é comum a todas as Mães, e então percebi que sou tão Mãe como todas as outras e a única coisa que me diferencia delas é o tempo de preparação para este amor.
Não houve nove meses prévios, não houve pontapés na barriga, noites mal dormidas nem dores de parto.
Não foi preciso nada disso para que este amor me "roubasse" o coração e  se instalasse na alma.
Parece que já nascemos destinadas a isto <3
Obrigada à vida
 Muito obrigada a ti JC

Nani Carvalho












2 comentários:

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