domingo, 7 de abril de 2019

Luanda...






Desceu até à marginal com a ânsia de quem vai ao encontro do seu grande amor,
as pernas tremiam,o coração parecia saltar pela boca.
Tinha acabado de aterrar,quando as portas do avião se abriram e pousou o pé no primeiro degrau da escada ficou colado ao chão.Olhava à sua volta,inalava ar como quem não consegue respirar,chorava incontrolada sem saber se de felicidade ou medo,a saudade doí,então se calhar chorava de dor.
Segundos depois deste impacto brutal, foi o reencontro com os cheiros, do calor,da terra,da brisa e da chuva.
Resgatava assim a emoção do que sentiu nestes 40 anos que as mantiveram separadas .
O final da tarde reflectia todo o seu esplendor naquela água azul e calma embalada de sonhos e recordações ,
as luzes que entretanto se acendiam lenta e ritmadamente projetavam as sombras naquela baía mágica
e deixavam no lugar de sempre as fantasias e lembranças,
como se uma a uma elas voltassem ao que sempre foram.

Esta cidade é minha,gritou!!!

Nani Carvalho



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